Após algum tempo tomando o Reconter (cerca de 6 dias) eu comecei a perceber que os efeitos colaterais que ele me dava juntamente com os sintomas da Síndrome do Pânico e da Crise de Ansiedade podiam ser facilmente revertidos pelo Frontal.
Eu tinha muito medo do Frontal, por se tratar de um remédio tarja preta, controlado e tudo mais... Morria de medo de viciar! Não queria me tornar um dependente de remédio para toda vida, mas minha psiquiatra me garantiu que eu só viciaria se eu tomasse mais do que 3 meses seguidos e que eu poderia inicialmente tomar até 4 Frontais de 25mg por dia.
Um dia resolvi perder o medo e tomei um Frontal... E foi como se eu voltasse a ser o mesmo de antes, sem crises, sem tremores, sem choro, foi incrível! E daí em diante sempre que me dava um sintoma estranho eu mandava Frontal pra dentro, isso foi durante 1 mês mais ou menos e aos poucos, sem perceber, eu estava tomando o Frontal em espaços de tempo cada vez maiores.
Antes de toda a reviravolta em minha vida, eu trabalhava em uma multinacional famosíssima, daquelas que qualquer um sonharia em trabalhar. O que mais me irritava internamente é que eu tinha 22 anos, tinha meu carro, o emprego dos sonhos, estava me formando e tinha a família perfeita.... Na minha cabeça eu "não tinha motivo para ficar daquele jeito" e na cabeça das outras pessoas, principalmente as mais leigas no assunto, também. E eu mal sabia que esse pensamento errôneo só prejudicava o meu próprio tratamento, porque é como se eu não aceitasse a doença e não respeitasse o meu próprio corpo.
Na minha cabeça a depressão só acometia pessoas que ficavam o dia todo em casa ou que estavam tristes por algum motivo, eu não tinha noção da seriedade do que é depressão, síndrome do pânico e crise de ansiedade e que essas doenças podem inclusive matar.
Na época em que eu tive depressão eu estava muito empolgado no emprego, eu chegava a trabalhar 18 horas por dia e na minha cabeça talvez isso que tivesse desencadeado todo esse transtorno e eu só precisaria descansar o meu corpo um pouco que tudo ficaria bem. Então toda semana eu ligava para o meu chefe falando que na próxima semana eu estaria de volta... E foi assim durante 3 semanas, até eu conseguir admitir para mim mesmo que não era só esse o meu problema e que eu só iria conseguir voltar a trabalhar quando o meu corpo estivesse pronto! E eu decidi que estava disposto a espera-lo, o tempo que fosse! Foi quando eu entrei de licença e o tratamento começou a caminhar...
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